Sais do Desejo

Num refúgio de rotina, um casal encontra magia num frasco de sais de banho exótico. O aroma envolvente e a intimidade redescoberta transformam o encontro num despertar dos sentidos, onde o desejo reprimido ganha vida, acendendo uma chama há muito adormecida.

Sais do Desejo

Catarina sempre teve uma queda por objetos antigos e peculiares. Nos seus raros momentos livres, adorava percorrer as lojas de velharias espalhadas pelos bairros mais antigos da cidade. Num desses passeios, deparou-se com um frasco de sais de banho que a intrigou profundamente. A embalagem parecia uma daquelas relíquias orientais, quase persas, com desenhos delicados e inscrições que ela não reconhecia. A rolha era escura, presa de forma tão firme que Catarina não conseguiu abri-la ali na loja. Ainda assim, a peça era esteticamente bela e custava apenas dois euros. “Vale o risco”, pensou. “Se não der para usar, pelo menos enfeita a casa de banho.”

Já era quase fim da tarde quando chegou a casa. Entre as tarefas de mãe de família e profissional, deixou o frasco num canto do balcão da casa de banho, onde ficou esquecido por semanas. Só mais tarde, passados alguns meses, é que Catarina voltou a reparar nele.

O cansaço acumulado era grande. Ela e Bruno, o marido, andavam ambos sobrecarregados. A rotina com filhos, o trabalho exigente deles e as tarefas infindáveis dela quase não deixavam espaço para momentos íntimos do casal. Precisavam de um tempo a sós, mas conciliar as agendas estava cada vez mais difícil.

Certo dia, no entanto, surgiu uma rara oportunidade: Bruno iria levar as crianças para um passeio com os avós, e Catarina teria algumas horas sozinha em casa. Ela decidiu que aproveitaria aquele intervalo tão precioso para relaxar. Encheu a banheira com água bem quente, acendeu algumas velas perfumadas e foi buscar aquele frasco de sais especiais que comprara, mas nunca provara.

Quando pegou no objeto, percebeu que o fecho, antes tão teimoso, agora cedia facilmente. Ao retirar a rolha, um perfume rico, quente e adocicado tomou conta do ambiente. Notas de especiarias lembravam canela, cardamomo e algo doce como baunilha. O aroma era tão envolvente que Catarina sentiu um arrepio atravessar-lhe a coluna. Sem hesitar, despejou uma porção generosa dos sais na banheira. A água começou a borbulhar, formando pequenas bolhas cintilantes e coloridas, com reflexos alaranjados e azulados.

Catarina mergulhou na água, sentindo imediatamente um efeito revigorante. A pele formigava, como se milhares de pequenas esferas de ar lhe fizessem uma massagem suave. Deixou-se levar por aquela sensação de aconchego, recostando a cabeça na borda da banheira, de olhos fechados. O vapor subia, misturado ao perfume exótico, e pouco a pouco ela foi relaxando, até cair num leve torpor próximo de adormecer.

O que era para ser um breve momento de soneca transformou-se num lampejo confuso quando ela ouviu um barulho na porta de casa. Assustada, abriu os olhos, com o coração prestes a saltar do peito. Primeiro, pensou que teria deixado a chave na porta ou até que alguém a invadira. Mas foi quando ouviu vozes familiares que tudo se esclareceu: era Bruno.

Catarina suspirou, aliviada e dececionada ao mesmo tempo. Supostamente, Bruno só regressaria horas depois. Todavia, ali estava ele, chamando-a: “Catarina? Estás em casa?”. Com tanto vapor na casa de banho e o barulho da água, ela mal escutava o que ele dizia.

– Estou aqui! – gritou ela, levantando-se ligeiramente na banheira. – Pensei que fosses sair com as crianças até mais tarde!

Em poucos segundos, Bruno entrou na casa de banho. Apesar de apressado, ele estacou ao vê-la mergulhada na banheira, rodeada de velas e uma leve névoa colorida. Uma expressão de surpresa percorreu-lhe o rosto.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou Catarina, aflita.
– Não, não, está tudo bem – tranquilizou Bruno, – só que os teus pais disseram que iam sozinhos com eles, e acabei por não ir. Está um cheiro diferente aqui… e que luz estranha…

De facto, havia uma neblina levemente alaranjada que pairava sobre a água, quase mágica. O perfume de especiarias era intenso, e o ambiente tinha uma aparência peculiar que Bruno nunca vira antes. Ele reparou, então, na embalagem antiga e no líquido borbulhante. “Que sais são estes?”, pensou.

Catarina, ainda meia tonta de tanto relaxamento, fez que não com a cabeça, rindo.
– Comprei numa daquelas lojas que gosto, mas nunca tinha usado. Hoje decidi experimentar. Surpreenderam-me também.

Ao aproximar-se, Bruno sentiu o calor daquela água e ficou hipnotizado com a imagem da esposa ali mergulhada. Ele admirava cada curva de Catarina. Com a luz das velas refletindo na pele dela, a cena era de uma sensualidade estonteante. O corpo da mulher que ele amava, envolto em espuma, despertava nele um desejo inadiável. Já fazia dias que não estavam juntos de forma íntima. E esta oportunidade, ainda que inesperada, surgia como um convite.

Bruno aproximou-se da borda da banheira e inclinou-se para um beijo rápido. Porém, Catarina puxou-o pela camisa, convidando-o a aproximar-se ainda mais. O beijo prolongou-se, ganhando intensidade. Apesar de preocupada que pudesse estar, ela sentiu as borboletas no estômago ao sentir o marido. O aroma doce e picante daqueles sais deixou Bruno ligeiramente inebriado, e ele começou a desapertar os botões da própria camisa.

– Estás a tentar seduzir-me, não é? – brincou ele, com um brilho maroto no olhar.
– Se calhar… – respondeu Catarina, sorrindo. – Vem tomar banho comigo.

Bruno não pensou duas vezes. Despiu-se rapidamente. Primeiro a camisa, depois as calças e a roupa interior, largando-as no chão sem a habitual preocupação de dobrar nada. Queria sentir a água, o calor, e, acima de tudo, a pele de Catarina encostada à dele. A banheira, embora não fosse enorme, tinha espaço suficiente para os dois se acomodarem se estivessem bem juntinhos.

Quando Bruno entrou, um pouco de água transbordou pelas bordas, mas eles riram-se disso. Ficaram frente a frente, os corpos submersos até à altura do peito. Ela envolveu o pescoço dele com os braços, e os dois se beijaram com uma paixão que parecia há muito adormecida.

Enquanto se beijavam, Catarina sentia os dedos de Bruno a deslizar pelos seus ombros, esfregando suavemente a pele. A combinação do toque dele com a massagem subtil das bolhas criava uma sensação extasiante. A certa altura, ele começou a deslizar a mão até à curva das costas dela, acariciando-a. Cada contacto dos dedos na pele molhada enviava pequenos choques de prazer.

– Hoje queres relaxar mesmo, não é? – murmurou Bruno, com a voz rouca, aproximando a boca do ouvido de Catarina.
– Sim… mas relaxar contigo é sempre melhor – respondeu ela, sorrindo, sentindo um latejar de antecipação no ventre.

Embebidos pela atmosfera quente e perfumada, os beijinhos suaves e carícias cresceram em intensidade. As mãos de Catarina percorreram o peito de Bruno, delineando os músculos que ela tanto conhecia e desejava. Ele, por sua vez, começou a explorar-lhe o pescoço com beijos, descendo até aos ombros, onde deixou suaves mordidelas que a fizeram soltar um suspiro abafado.

A água continuava a borbulhar de maneira hipnótica. O aroma das especiarias ficava mais forte, como se amplificasse cada sensação de prazer. Nesse ínterim, Bruno sentiu-se envolvido por uma espécie de calor que não vinha apenas da água, mas também do corpo de Catarina encostado ao seu.

A certa altura, Catarina tomou uma iniciativa diferente. Virou-se de joelhos na banheira, ficando com o tronco ligeiramente fora de água e, aproveitando a proximidade, começou a beijar o pescoço e o peito de Bruno. Ele deixou a cabeça cair para trás, rendendo-se às carícias. As mãos de Catarina deslizavam pelo abdómen dele, e, pouco a pouco, ela aproximava-se da zona mais íntima.

Bruno respirava cada vez mais depressa, sentindo o sexo endurecer. A água quente e o contacto suave da espuma tornavam tudo ainda mais sedutor. Quando a mão de Catarina envolveu o pénis dele, ainda dentro de água, ele gemeu baixo, inclinando-se para a beijar novamente.

– Adoro quando fazes isso – confessou ele, com um sorriso de canto de boca.

Catarina sentia o coração acelerar ao perceber o poder que exercia sobre o corpo de Bruno. Começou a masturbá-lo devagar, sentindo a grossura e o enrijecimento dele na mão. O suave borbulhar da água a tornar os movimentos fluidos. Ele fechou os olhos, entregando-se àquele estímulo que há muito desejava reviver.

Depois de alguns minutos nessa carícia lenta e provocante, Catarina recostou-se mais uma vez e recebeu Bruno nos braços. Os lábios voltaram a alcançar-se com sofreguidão, e ela puxou-o para que ficasse mais rente a si. A água dificultava movimentos bruscos, mas, ao mesmo tempo, proporcionava uma espécie de dança sensorial.

Para tornar as coisas mais confortáveis, Bruno segurou Catarina pela cintura e sugeriu: – Vamos para o quarto? A banheira é ótima, mas quero ter mais liberdade para te tocar por inteiro.

Afastando algumas gotículas do rosto, Catarina concordou. Estava tão envolvida que só conseguia assentir. Levantaram-se com cuidado, pois o piso escorregadio poderia provocar quedas. Riram ao ver a poça de água que se acumulava no chão. Bruno ajudou-a a sair da banheira, secaram-se rapidamente com uma toalha e caminharam de mãos dadas rumo ao quarto, sem sequer se preocuparem em apagar as velas.

O quarto estava na penumbra, iluminado apenas por algumas réstias de sol que atravessavam a cortina mal fechada. Pouco importava. Era a intensidade do momento que ocupava a mente de ambos. Catarina foi a primeira a deitar-se, ainda sem se secar totalmente, deixando gotas escorrerem pelas suas coxas. Bruno pôs-se ao lado, contemplando a imagem da esposa nua sobre a colcha. Aquele convite estampava-se no olhar dela, nos lábios entreabertos, na respiração que subia e descia com mais força.

– Vem cá… – ela chamou, num sussurro. Bruno aproximou-se, os corpos quentes a colarem-se novamente.

Os beijos recomeçaram, agora mais profundos e cadenciados. Bruno acariciou o rosto de Catarina, desceu pelos ombros e explorou os seios, esfregando de leve os dedos nos mamilos que se inrigiavam. Cada toque resultava num gemido suave, um sinal de que ela apreciava cada estímulo. Era um momento de redescoberta mútua.

Pouco a pouco, ele desceu os beijos pelos seios, depois pelo abdómen, deixando um caminho molhado até chegar próximo ao umbigo. Enquanto isso, Catarina sentia um formigamento de antecipação. Já estava bastante excitada no banho, e todo aquele tratamento deixava-a num estado de delirante prazer.

Quando a boca de Bruno chegou à zona púbica, ela segurou os cabelos dele com doçura. Ele passou a língua pelos lábios dela, explorando cada dobra, sentindo a humidade que já se acumulava. Catarina soltou um gemido ao primeiro contacto mais direto no clitóris. Ele, sem pressa, dedicou-se a chupar, lamber e beijar aquela região em movimentos suaves e circulares, alternando velocidade e pressão.

– "Bruno…" – o nome do marido escapou-lhe em sussurros. – "Continua… Ai, adoro quando fazes isso…"

Ela moveu as ancas involuntariamente, cedendo à vontade de sentir a língua dele cada vez mais fundo. Bruno notou a reação e intensificou o ritmo. Algumas vezes mordiscava levemente, noutras investia em lambidas contínuas que a faziam rebolar na cama. A cada gemido, o desejo dele também crescia.

Catarina sentiu-se percorrida por um calor tão grande que era como se estivesse novamente submersa na banheira cheia de sais. A diferença é que agora o prazer vinha direto daquele homem que ela amava, o pai dos seus filhos, mas também o seu amante predileto, pronto a satisfazer-lhe todos os desejos.

Depois de algum tempo entregue àqueles beijos íntimos, ela puxou Bruno para cima, colando o corpo dele ao seu:
– "Preciso de te sentir dentro de mim!" – declarou, com a testa encostada à dele

Bruno, sem hesitar, ajustou-se entre as pernas de Catarina, e ela sentiu o membro rígido roçar-lhe os lábios vaginais. Posicionou a glande na entrada, roçando levemente para espalhar a lubrificação natural. A respiração deles tornava-se cada vez mais pesada. Com cuidado, ele começou a penetrá-la devagar, permitindo que o corpo dela se adaptasse ao seu volume.

O gemido profundo que Catarina deixou escapar encheu o quarto. A sensação de ser preenchida pouco a pouco fê-la fechar os olhos, desfrutando cada instante. Bruno parou quando a penetrou totalmente, sentindo o calor pulsante que a envolvia. Deixou-se ficar ali por um segundo, saboreando o entrelaçamento.

– És tão boa… – murmurou ele, aproximando o rosto para um beijo. – Estava com saudades de ti assim…

Ela sorriu, respondendo com um beijo desesperado, mordiscando-lhe de leve o lábio inferior. O corpo de Bruno começou um vaivém ritmado, estocadas suaves a princípio, mas que se intensificaram aos poucos. A cama rangia levemente, mas as vozes deles abafavam qualquer outro som.

Catarina sentia as estocadas no fundo de si mesma, cada uma enviando uma onda de prazer retumbante. Segurou com força os ombros do marido, arranhando-o de leve e incentivando-o a aprofundar o movimento. Quando ele acelerava, ela elevava as ancas para encontrá-lo, tornando cada investida mais profunda e prazerosa.

O primeiro orgasmo apanhou Catarina de surpresa. Com o estímulo constante, o contacto do clitóris com o corpo dele, o deslizar bem encaixado, ela sentiu uma contração forte que se espalhou pelo ventre e pelas pernas, levando-a a soltar um grito que abafou no pescoço de Bruno. As coxas estremeceram, e o corpo inteiro retesou-se com intensas pulsações até ela abater-se na cama, arrebatada por aquela sensação de libertação.

Bruno diminuiu momentaneamente o ritmo, admirando a expressão de êxtase reflectida no rosto da mulher. Ele estava longe de chegar ao seu próprio clímax, mas saboreou aquele instante em que Catarina se contorcia, colada a ele, inteiramente satisfeita. Ao perceber que ela retomava o fôlego, voltou a investir cuidadosamente, sem forçar demais até que ela estivesse pronta para continuar em pleno.
– Amo-te tanto… – balbuciou Catarina, o rosto ainda afogueado. – Precisava tanto disso...

Bruno deu-lhe um beijo suave nos lábios e, em seguida, moveu-se de forma a ficar deitado no colchão, convidando-a a montar sobre ele. Ela entendeu o gesto e acomodou-se, encaixando o membro dele na sua intimidade, agora sentindo-se no controlo das estocadas.

Esta segunda posição fez com que ela dominasse o ritmo. Ajoelhada sobre Bruno, rebolou lentamente de início, sentindo a glande a tocar-lhe o ponto mais interno de prazer. A cada movimento, arranhava o peito dele de leve, soltando gemidos e suspiros que o deixavam louco de desejo. Ele agarrava-lhe a cintura, mas permitia que ela definisse a cadência.

Quando Catarina sentiu o prazer a aumentar novamente, inclinou-se e colou o peito no tronco do marido, deixando os seios roçarem-lhe o peito. Nesse ângulo, podia beijá-lo enquanto se mexia, num vaivém frenético que ambos adoravam. Bruno aproveitava para acariciar-lhe as costas e morder de leve o lóbulo da orelha, arrancando-lhe pequenos gemidos.

O segundo orgasmo de Catarina chegou de mansinho, mas arrebatou-a quando ela menos esperava. Parou momentaneamente o movimento, deixando as coxas tremerem. Bruno sentiu a pressão interna aumentar e, neste ponto, quase veio também. Mas segurou-se. Queria prolongar aquele momento por mais tempo.

Ainda ofegante, Catarina ergueu-se e riu baixinho. Adorava ver o rosto de Bruno contorcido de prazer e, ao mesmo tempo, de concentração para não se deixar levar. Nesse instante, ela percebeu algo: “Porque não usar aquele brinquedo que comprei tempos atrás?” Lembrou-se de um vibrador que comprara pela internet, sedenta por aventuras, mas que raramente tivera oportunidade de usar com o marido.

– Espera aqui – murmurou, saindo de cima dele e indo ao roupeiro vasculhar uma gaveta.

Bruno apoiou-se nos cotovelos, curioso, observando-a. Alguns segundos depois, ela regressou com um objeto discreto, mas que ele reconheceu sem dificuldade. Um vibrador de cor roxa, de tamanho médio, com alguns modos de vibração. Ela subiu à cama e mostrou-lho com um sorriso matreiro.

– Vamos apimentar as coisas? – sugeriu, ligando-o no nível mais baixo, exalando uma excitação renovada.

– Muito bom… – aprovou Bruno, erguendo as sobrancelhas.

Catarina entregou-lhe o vibrador, deitou-se de barriga para cima e abriu as pernas, convidando-o a usar o brinquedo nela. Bruno ligou uma vibração mais intensa e encostou o vibrador na parte externa da vagina, em especial no clitóris que já estava sensível. Catarina deixou escapar um gemido imediato, contorcendo-se sob o toque pulsante do aparelho.

– "Ah… assim…" – ela murmurou, enquanto Bruno passava lentamente o brinquedo, envolvendo-o também nos lábios vaginais.

A sensação da vibração, somada aos resquícios do prazer anterior, fez Catarina mergulhar numa espiral de sensações. Ela segurou a mão de Bruno, incentivando-o a intensificar o toque. De vez em quando, ele inseria um ou dois dedos na cavidade dela, enquanto mantinha o vibrador posicionado no clitóris. O corpo de Catarina tremia cada vez que ele alternava a velocidade.

Bruno sentia o próprio pénis dolorosamente rígido, pois o simples ato de ver a esposa a deliciar-se com o vibrador aumentava-lhe o desejo. Querendo envolver-se ainda mais, posicionou-se entre as pernas dela e, num movimento cuidadoso, foi penetrando-a ao mesmo tempo que mantinha o brinquedo no ponto crítico de excitação.

Essa combinação de penetração com estimulação clitoriana intensificou tudo. Catarina arqueou as costas, abrindo os lábios num grito abafado. A cama começou a ranger de modo mais audível, e a respiração de ambos tornou-se ofegante. Bruno empenhava-se em manter o vibrador firme contra o clitóris, ao mesmo tempo em que estocava com ritmo.

Uma terceira onda de orgasmo tomou conta de Catarina, tão forte que ela agarrou os lençóis para não se perder. Sentiu o ventre contrair, e a mente dissolver-se em languidez eufórica. As pernas quase não aguentavam mais.

Quando os espasmos começaram a amenizar, Bruno percebeu que estava no seu limite também. Retirou gentilmente o vibrador, pousou-o de lado no colchão e intensificou as investidas. A fricção e a pressão interna levaram a um crescendo que ele não pôde mais conter. Sentiu o corpo enrijecer, os testículos subirem e, num impulso final, gozou profundamente dentro de Catarina, soltando um gemido grave e prolongado.

Os dois ficaram imóveis por alguns instantes, absorvendo a intensidade do momento. Sentiam a pele suada, os corações acelerados, mas uma sensação gostosa de bem-estar passou a envolvê-los, como se toda a tensão acumulada nos últimos tempos se tivesse esvaído naquele momento de paixão.

– "Acho que já não fazíamos algo assim há muito tempo…" – disse ela, com um meio sorriso, tentando regularizar a respiração.
– "É verdade. Estava a fazer-nos falta…" – Bruno concordou, deitando-se ao lado dela e puxando-a para um abraço.

Catarina aninhou-se no peito do marido, e ambos ficaram ali, trocando carícias, sem pressa, sem culpa, saboreando a cumplicidade e a harmonia que tanto desejavam resgatar.

Por vários minutos, nenhum dos dois sentiu vontade de se mexer. O cheiro quente das especiarias ainda emanava do corpo de Catarina, misturado ao suor do sexo e ao aroma do sabonete. A penumbra do quarto trazia uma tranquilidade envolvente.

– "Estes sais de banho são mágicos mesmo, não achas?" – comentou Catarina, sem disfarçar o tom divertido. – "Ou terão sido só a vontade que andávamos a reprimir?"
– "Um pouco dos dois, quem sabe?" – Bruno riu. – "Mas devo admitir que te ver tão entregue… Eu próprio senti uma espécie de euforia desde que pus os pés na casa de banho… Esse cheiro, esse vapor… é como se amplificasse tudo."

– "Pois é, também senti" – confessou ela, alisando o peito dele. – "Desde que mergulhei nesta água, fiquei meio estranhamente excitada, e quando ouviste a minha voz… tão cedo? Achei que fosse uma invasão, mas acabou por ser ainda melhor."

Bruno beijou a testa dela, cada vez mais convencido de que realmente precisavam de redescobrir as fantasias e explorar o prazer como nos primeiros tempos do casamento. Sentia que aquela noite poderia ser um marco para reacender a chama entre eles.

– "Daqui a pouco, as crianças regressam?" – perguntou ela, preocupada.
– "Ainda deve demorar um pouco, acho que estão longe. Têm tempo de sobra para gastar energia." – Bruno respondeu, com um sorriso maroto. – "O que é ótimo: nós também ainda temos um tempinho…"

Ela compreendeu a sugestão e acariciou o membro dele, examinando-lhe o corpo nu sob a pouca luz. Sentiu uma nova pontada de desejo, apesar do cansaço agradável após o orgasmo recente.

– "Queres repetir?" – arriscou-se ela, rindo. – "Há tantas formas de nos divertirmos…"

Bruno levantou-se por um instante, abrindo a janela para deixar entrar um ar fresco, mas sem escancarar as cortinas para não expôr a intimidade deles. O quarto ficou com uma circulação de ar mais agradável, dissipando ligeiramente o cheiro forte de especiarias. Contudo, o perfume persistia sutilmente, como um lembrete do que acontecera.

Ele voltou a deitar-se, e Catarina dirigiu-se ao roupeiro mais uma vez, desta feita para pegar um óleo corporal que tinha aroma de flores. Em tempos, usava-o bastante para massagens. Com um sorriso, subiu novamente à cama, sentando-se sobre as coxas de Bruno, derramando uma pequena quantidade do óleo nas mãos.

– "Massagem?" – questionou ele, devolvendo o sorriso.
– "É só para nos prolongarmos um bocadinho mais…"

Ela, então, começou a espalhar o óleo pelo peito dele, esfregando suavemente. Bruno fechou os olhos e soltou um suspiro de satisfação. O toque era lento, exploratório. Sentia os mamilos roçarem no corpo dele, que deslizavam em movimentos circulares pelo abdómen, costelas, ombros. À medida que ela avançava, os músculos do corpo dele relaxavam, ainda que, em simultâneo, um formigueiro de excitação se instalasse.

Embalada por aquele clima, Catarina decidiu baixar a boca, dando leves beijos por onde passava as mãos. Não era apenas uma massagem comum; os lábios e língua entravam no processo, traçando percursos húmidos pela pele. Ao chegar na zona próxima do umbigo, ouviu Bruno gemer suavemente. E, claro, notou que o pénis dele começava novamente a ganhar firmeza, reanimando o apetite.

– "Isso é batota… tu sabes que não vou resistir…" – brincou ele, com uma expressão de prazer.
– "Mas a intenção é que não resistas mesmo, amor" – respondeu ela, provocante.

Quando o toque e as lambidas de Catarina chegaram à virilha, Bruno abriu ligeiramente as pernas, dando-lhe espaço. Ela pegou mais uma gota do óleo, esfregou-a nas mãos e passou-as com cuidado pela extensão do pénis dele, que rapidamente reagiu ao estímulo. Com movimentos delicados, começou a masturbar o marido, observando a expressão dele, que se contorcia de desejo.

A sensação do óleo deixava tudo mais escorregadio e excitante. Ela brincava com a glande, subindo e descendo a mão pelo tronco, sentindo cada veia pulsar. Era como se estivesse a admirar uma obra de arte cujo resultado tinha origem, em grande parte, no seu próprio toque.

Depois de alguns instantes, não se conteve: inclinou-se e envolveu o sexo dele com os lábios, lambendo-o numa carícia mais íntima. O ligeiro sabor salgado da pele e o deslizar suave do óleo misturado à saliva fizeram-na aprofundar o ato com mais vontade. Ele deixou escapar um arfar, enredando os dedos no cabelo dela, mas sem puxar, apenas seguindo o ritmo que ela impunha.

– "Está perfeito assim…" – murmurava ele, a voz rouca.

Uma onda de orgulho encheu Catarina. Gostava de proporcionar prazer a Bruno, de sentir-se desejada e saber que estava a atiçar aquele homem que também amava. Succionou com mais intensidade, alternando a velocidade e a pressão dos lábios, ouvindo-o gemer cada vez mais alto.

Depois de alguns minutos nesse oral prazeroso, ela parou e ergueu a cabeça, sobrando-lhe uma pontinha de provocação no olhar:
– "Queres terminar assim, ou preferes que continuemos de outra forma?"

Ele sorriu, com a testa suada:
– "De outra forma. Adoro quando tu fazes isto, mas quero voltar a sentir-te por inteiro."

Catarina subiu então sobre ele, alinhando o corpo para a penetração. Bruno segurou-lhe as nádegas, ajudando-a a encaixar-se. Desta vez, entrou nela todo de uma só vez, o que a fez soltar um gritinho de surpresa e prazer combinado. Aproveitando a lubrificação do óleo e os fluidos naturais, o sexo deslizou sem dificuldade. Ela recomeçou o vaivém, sentindo cada investida a roçar os pontos sensíveis.

A intensidade crescente fê-la jogar a cabeça para trás, os cabelos espalhando-se. Bruno ergueu o tronco, abraçando-a pela cintura. Nesse ângulo, beijou-lhe o pescoço, mordiscando suavemente a pele. A conexão entre eles parecia mais forte do que nunca, como se a energia guardada por tanto tempo se libertasse de forma explosiva.

Passados alguns instantes, Catarina sentiu que Bruno já não conseguiria se segurar. O ritmo do quadril dele ficou mais forte e veloz, e ela teve de apoiar as mãos nos ombros dele para se equilibrar. A cama inteira sacudia, e o suor pingava de ambos. Numa última estocada mais funda, ele soltou um gemido prolongado, entregando-se a um orgasmo intenso. Catarina, por sua vez, ainda ressoava do prazer anterior, mas sentia o clitóris muito estimulado pela fricção e pelas movimentações do marido.

– "Ai, Bruno…" – ela arfou, mordendo os lábios, sem palavras para descrever a satisfação que sentia.

Eles permaneceram unidos por um tempo, recuperando o fôlego e trocando beijos suaves. Ela podia sentir as pulsações do marido ainda dentro de si, e isso, de certa forma, era incrivelmente íntimo. Afrodisíaco, até.

Minutos depois, separaram-se, deitando-se lado a lado. Ouviu-se, então, uma gargalhada espontânea de Catarina, que quebrou o silêncio do quarto.
– "O que foi?" – perguntou Bruno, divertido.
– "Só estava a pensar que, quando comprei aquele frasquinho, nunca imaginei que os tais “sais de banho” iam transformar-se numa tarde tão… perfeita."

Bruno acompanhou a gargalhada, puxando-a para um abraço.
– "Confesso que não esperava chegar e encontrar a minha esposa no banho assim, toda misteriosa."

Eles ficaram mais uns minutos a relaxar, escutando apenas a respiração um do outro, até que Catarina comentou:
– "Precisamos de um duche rápido para tirar este óleo todo. E de limpar o chão da casa de banho antes que as crianças cheguem.

Ele concordou, mas fez um beicinho de leve, simulando manha:
– "Achas que temos tempo para outro banhinho de banheira?"

Ela revirou os olhos, sorrindo:
– "Acho melhor um duche breve, ou não nos controlamos e as crianças podem apanhar-nos em flagrante."

Levantaram-se, portanto, e, mão na mão, regressaram à casa de banho ainda impregnada da aura aromática. Para surpresa deles, a água continuava com ligeira coloração alaranjada na espuma restante, e o vapor, embora mais fraco, ainda suspirava acima das velas já quase no fim. Limparam com cuidado a água entornada, passando um pano para evitar acidentes.

Depois, entraram juntos no chuveiro, deixando que a água morna levasse embora os resíduos de óleo, suor e daquilo que haviam transbordado há pouco. Catarina riu-se, lembrando-se de que ali, mesmo no chão molhado, poderia muito bem rolar outra aventura, mas já estavam ambos cansados e felizes. Trocaram mais uns carinhos, uns beijos molhados, mas sem prolongar demais.

– "A noite vai chegar, e as crianças também. Nessa altura, voltamos a ser pais esgotados" – Bruno comentou, passando uma esponja pelas costas de Catarina num clima de ternura.
– "Pois é… mas com uma diferença: agora estamos reabastecidos de amor e prazer." – completou, piscando o olho.

Assim que se vestiram, seguiram para a sala. Catarina preparou rapidamente um lanche para eles, ainda que fosse só para recuperar energias. Sentaram-se à mesa, meio despenteados e com as faces coradas. As marcas de arranhões leves nas costas de Bruno e as marcas de chupões no pescoço de Catarina eram prova de que o momento íntimo fora de grande intensidade. Entre sorrisos, sentiam-se cúmplices, como se tivessem feito uma travessura refrescante.

Enquanto bebiam um sumo de fruta, Catarina encarou novamente aquele frasco, agora pousado na bancada, a rolha bem encaixada. Pensou no quão estranho tudo parecia: o perfume emanado, a coloração da névoa, a forma como se sentira excitada numa fração de tempo inusitada. Tudo contribuíra para reacender a chama que, ultimamente, estava subaproveitada.

– "Talvez devêssemos guardar bem este frasco. Quem sabe não nos dá uma segunda sessão mágica em breve?" – gracejou.
– "Por mim, pode continuar exposto, para nos lembrar que precisamos valorizar mais as nossas oportunidades." – Ele levantou-se, foi até lá e pegou o objeto. – "E também porque é bonito."

Catarina aproximou-se por trás e abraçou-o, apoiando o queixo no ombro dele. Sussurrou ao ouvido:
– "Eu amo-te."

Ele pousou o frasco e virou-se, retribuindo o abraço:
– "Eu também te amo, mais do que nunca."

Mais tarde, quando as crianças chegaram, encontraram os pais descontraídos e bem-humorados. Havia um clima diferente na casa, e Catarina e Bruno atiravam pequenos olhares sorridentes um ao outro, partilhando segredos silenciosos de uma tarde intensa. Os filhos nem suspeitavam da profundidade do que acontecera, pois para eles o mundo corria normal.

No decorrer da noite, com as rotinas habituais – jantar, banho, pô-los na cama – Catarina e Bruno mantiveram aquele senso de parceria viva, ajudando um ao outro em tudo. Quando, por fim, conseguiram algum tempo para sentar no sofá e relaxar, trocaram mais uns beijos carinhosos, ainda que sem a mesma voracidade de horas antes.

Catarina aconchegou-se no peito dele, perguntando:
– "Será que amanhã conseguimos repetir alguma coisa?"
Bruno respondeu, brincalhão:
– "Não me desafies que eu faço questão de tentar..."

Nos dias seguintes, a vida do casal retomou o ritmo típico: agendas cheias, filhos, trabalho, compromissos. Mas algo havia mudado naquele relacionamento. O episódio com os sais de banho — e, principalmente, a iniciativa de aproveitarem o momento — lembrava-lhes que, por mais atribulado que o quotidiano fosse, a intimidade se alimenta quando há cumplicidade e desejo mútuo. Bastava querer, bastava criar o espaço.

E assim, vez ou outra, quando a saudade do toque ou do olhar se fazia sentir, Catarina pegava a mão de Bruno e levava-o, sorrindo, até a casa de banho onde o frasco permanecia, sem seu conteúdo jamais ter sido completamente esgotado. Era uma espécie de amuleto, mas, acima de tudo, um símbolo de que dentro de cada frasco comum pode existir uma faísca de magia — ou, como eles gostavam de apelidar, uma dose de coragem para desfrutar da paixão que frequentemente deixamos adormecer em meio à rotina.

Ao fim e ao cabo, tudo se resumia ao amor genuíno e ao reencontro dos corpos e das vontades. Com Bruno, Catarina sentia-se completa, livre para desejar e ser desejada, transformando algo simples como um banho num portal que alevava a prazeres sublimes. E mesmo que os sais fossem apenas isso, sais de banho, a real magia estava na entrega singular dos dois, em cada beijo, em cada abraço, em cada orgasmo que relembrava o quanto se amavam.

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